quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Inspire neste projeto envolvendo música, viagens e misticismo

                        

Solteiro, o jovem cliente teve sua personalidade e experiências refletidas em todos os cômodos da casa. Na sala de jantar, a parede foi requadrada por uma madeira que combina com o bufê. A mesa laqueada branca com pés de madeira se compõe com cadeiras de design com base no mesmo material da mesa.

Quando um arquiteto ou designer de interiores diz que não tem um estilo marcante pois a prioridade é atender aos desejos e necessidades dos clientes, muitos que nunca contrataram um profissional da área podem desconfiar disso, acreditando que sua casa ficará com a cara de outra pessoa, sem a própria personalidade impressa ali. Mas, neste projeto de um apartamento de 95 m², Eliana de Sousa prova que é possível, sim, a moradia seguir exatamente o perfil do dono. O proprietário, um jovem solteiro, chegou a ela enquanto visitava uma mostra de arquitetura junto com sua família. “Fizemos primeiro a casa dos pais e, em seguida, o dele”, conta.

As solicitações principais do rapaz foram que os ambientes ficassem amplos dentro do possível, que ele pudesse receber vários convidados e que contasse sua história. “Ele ia morar sozinho, é muito viajado, já morou na Austrália e na Indonésia, e é apaixonado por música. Gosta muito também de elementos místicos e é budista”, relata Eliana. Em vez das preferências particulares ficarem restritas ao dormitório ou a um espaço íntimo, como costuma ser quando se vive com mais pessoas, a arquiteta conseguiu representar o perfil do morador introduzindo cada um desses detalhes em todos os cômodos. Na sala de estar, o tapete tem a bandeira da Grã-Bretanha. Na varanda, há uma guitarra. Imagens de Buda aparecem mais de uma vez. Cada canto mostra suas paixões.



O tapete no estar (Santa Mônica) com bandeira da Grã-Bretanha faz referência a viagem do proprietário à Irlanda. Apenas a tapeçaria e a poltrona delimitam os ambientes do living.

O imóvel novo e exigiu a remoção de alvenarias para se adequar às necessidades do jovem. O living foi ampliado com a demolição de um quarto que não seria usado, dando lugar para a parte preferida da arquiteta neste projeto. “A integração do estar/home theater com a sala de jantar/bar resultou em um espaço aconchegante, bonito e com um tamanho bom para receber os amigos”, explica. A cozinha também ganhou alguns metros quadrados extras com a derrubada de paredes da antiga dispensa e a redução da área de serviço. A última alteração estrutural foi na porta do quarto da suíte máster, que precisou ser realocada.



O espaço zen com adega (Unna) recebeu um bufê tradicional chinês da loja Katmandu que abriga a escultura de Buda. A mesa serve de aparador e forma um canto de apoio com os banquinhos .

Para a iluminação, era importante para o cliente que fosse o mais econômica possível, mas sem abrir mão da beleza e do conforto. Por isso, o projeto adotou lâmpadas de LED, distribuídas em spots, pendentes e luminárias de mesa que, juntos, revelam um projeto luminotécnico descontraído, moderno e funcional de acordo com a necessidade. O destaque maior é o painel iluminado embutido na marcenaria do bar, que imita uma peça decorativa encontrada normalmente em pubs e casas noturnas.



Para quebrar a uniformidade cromática da cozinha, o projeto especificou um patchwork de azulejos coloridos na parede. Os móveis executados pela Unna foram dispostos em linha nas paredes de modo a acomodar todos eletrodomésticos e áreas de trabalho .



Na suíte máster, a cabeceira em relevo, os armários (Unna) e o criado-mudo com acabamento de laca azul fogem do design tradicional. O tom frio aparece ainda na roupa de cama, intensificando seu efeito.

Fonte: Revista Decorar
FOTOS Rogério Cajui

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