segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Clássico no design nacional , trama natural


Trazida da Ásia pelos europeus, a palhinha rapidamente foi apropriada pelo brasileiro e tornou-se um clássico da arquitetura e do design nacional, utilizada com enorme sucesso entre os anos 50 e 70. Agora, com a revalorização do artesanato, essa trama natural vazada, que tem tudo a ver com o clima tropical do Brasil, volta revigorada e atualizada ao décor. Em diferentes superfícies, de divisórias a móveis e revestimentos, ela retoma protagonismo e representa a busca por materiais mais naturais e o resgate da memória afetiva na decoração.
Por Dan Brunini

Foto: Rômulo Fialdini
Acalento no campo
Com dimensões generosas, entrada de luz natural abundante e muito espaço, esta casa de campo num condomínio de luxo em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, é o lugar perfeito para a família se reunir e receber os amigos. Integrado com terraço e sala de jantar, o living com lareira é sinônimo de aconchego graças ao uso dos elementos naturais, especialmente da palhinha, que aparece nos estofados, e das pedras. “Os materiais naturais são sempre bem-vindos nas decorações modernas, clássicas e contemporâneas para as pessoas que buscam um ambiente despojado”, afirma a arquiteta Ana Maria Vieira Santos, responsável pelo projeto de interiores.

Foto: Daniel Veiga
Pitadas de brasilidade
Conectada ao living, a sala de jantar ficou mais aconchegante com a combinação de elementos que remetem à brasilidade, como o piso de madeira e as cadeiras Dia, com encosto de palhinha, assinadas por Jader Almeida para a Clami. “Elas têm uma transparência gostosa e mostram um certo toque artesanal”, comenta a  designer de interiores Marília Veiga, que assina o projeto.

Foto: Alain Brugier
Profusão de estilos e materiais
Ao criar esta sala de jantar com lugar para oito pessoas, o arquiteto Diego Revollo buscou mesclar diferentes cadeiras para enriquecer a decoração. “A ideia de usar modelos com braços mais contemporâneos e outros sem braços, feitos de madeira e palhinha, foi justamente para trazer aconchego e leveza à composição do ambiente”, comenta Diego. Segundo ele, a palhinha é leve e, ao mesmo tempo, resulta em aconchego. “Por ser vazada, ela é o contraste ideal para essa situação onde temos uma mesa maciça”, complementa.

Foto: Julia Ribeiro
Atmosfera nostálgica
Na reforma do próprio apartamento, a arquiteta Ana Angrimani não abriu mão da palhinha nas cadeiras da sala de jantar. “Gosto muito desse material por todas as suas características, como cor, textura e versatilidade, porém acredito que o aspecto nostálgico é o que faz com que todos amem a palhinha”, conta Ana. A trama aparece nas cadeiras M110, assinadas por Geraldo de Barros, e nos modelos de cabeceira Menna, de Sergio Rodrigues. “Esse elemento ainda contrasta com a madeira de tom escuro, predominante nos demais móveis”, completa a arquiteta.

Foto: Mariana Orsi
Recurso multifuncional
Ampliar o living, sem comprometer o visual e a integração do ambiente, foi o desafio encarado pelas profissionais da Inside Arquitetura & Design. Como solução, o escritório criou um painel telado, que expandiu a área e permitiu a colocação de um sofá em L ainda maior. “Isso porque a telinha permite a passagem de luz entre a circulação de entrada e o próprio living, sem eliminar a sensação de amplitude que a casa já tinha”, explica Sara Rollemberg. “A palhinha trouxe um ar retrô e, ao mesmo tempo, sofisticado ao ambiente, além de conferir leveza”, completa.

Foto: Gui Morelli
Leveza acentuada
Um ambiente de tons neutros, sempre pronto para receber a família e os amigos. Esta é a proposta das salas de jantar e estar integradas no apartamento reformado por Carina Korman, sócia da Korman Arquitetos. Na seleção criteriosa dos móveis, as cadeiras Mad, com encosto de palhinha e desenho de Jader Almeida (Dpot) foram a escolha perfeita para conferir leveza à decoração. “Sempre em alta, é um elemento que resulta em aconchego e conforto por ser natural”, acredita Carina.

Foto: Evelyn Müller
Separação delicada
Nesta casa, em que todas as salas são abertas e integradas, a divisória de madeira e palha ajuda a deixar o espaço de jantar mais acolhedor e intimista. “A palhinha, que trouxe leveza e equilíbrio em contraponto ao piso de pedra e à mesa de mármore, também está presente nas cadeiras de jacarandá dos anos 60”, explica a designer de interiores Marcela Pepe, autora da reforma. “Não costumo me basear em tendências na hora de fazer um projeto. Mas, esse material está em alta e rende detalhes bem elegantes, descontraídos, além de ser atemporal”, conclui.

Foto: Luis Gomes
Valorização nacional
A ambientação desta sala de jantar proposta por Alice Martins e Flavio Butti buscou valorizar a identidade brasileiras, evidenciando designers, artistas e artesãos nacionais. Em destaque no encosto das cadeiras Bossa Palha (Dpot), a palhinha não só traz aconchego como combina com a atmosfera de campo. “Esse material está presente na nossa história, desde a época em que curtíamos as casas dos nossos avós”, acredita Flavio. “Nos dias de hoje, vem ao encontro da vontade de resgatar essas lembranças e valorizar os materiais naturais, que de alguma forma trazem a ideia de uma vida com mais qualidade” observa.

Foto: Edgard César
Em harmonia com a madeira
Ao transformar a varanda gourmet em sala de jantar, o arquiteto Leo Romano conseguiu ampliar a ala social e tornar o momento de receber dos moradores muito mais especial. Em torno da mesa Chuva, desenhada por Leo, estão as cadeiras da Thonart, cuja palhinha traz harmonia ao conjunto, que conta ainda com as portas de correr de muxarabi. “A ideia é desvendar a cozinha somente quando necessário”, conta Leo.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Conheça a técnica de plantscaping

Paisagismo residencial


Entenda o que a técnica do plantscaping tem a oferecer para o paisagismo residencial e, principalmente, para os moradores da sua casa.

O plantscaping é uma técnica de paisagismo residencial e comercial desenvolvida por arquitetos paisagistas que vai além do design de interiores na tentativa de unir ambiente e natureza.

Como resultado, é possível desenvolver um espaço com elementos naturais e emocionais, favorecendo a beleza do ambiente interno e o bem-estar dos moradores, já que o modelo se baseia na psicologia ambiental para personalizar o projeto com plantas que estimulam a qualidade de vida.

Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre essa técnica inovadora de reproduzir ambientes naturais em lugares internos com o objetivo de proporcionar sentimentos agradáveis.

O que é plantscaping? 




Apartamento aconchegante com toque em madeira e presença do plantscaping (Projeto: Cássio Olivato)

O plantscaping é uma estratégia de paisagismo residencial desenvolvida para levar elementos naturais a ambientes fechados.

A técnica é formada por uma mistura de dicas de cultivo, psicologia ambiental, arte e design. Também envolve a localização correta de espécies, buscando potencializar e destacar alguns aspectos com o objetivo de personalizar os espaços.

O plantscaping vai além da simples seleção de plantas e flores. É necessário conhecimento para complementar e enfatizar o projeto arquitetônico, levando beleza para seu design visual e espacial ao incluir elementos naturais.

Como essa técnica de paisagismo residencial funciona na prática? 




Ambiente com plantscaping e interação com a natureza no espaço externo (Projeto: Sidnei Machado)

O processo do plantscaping é dividido em três etapas: design, seleção e instalação. Conheça um pouco de cada uma delas para entender como a técnica funciona na prática.

Design


A primeira etapa consiste em analisar os objetivos do cliente com o paisagismo residencial e espaço físico, observando os ângulos de cada cômodo, cores, horizontes, pontos focais e outros detalhes que são essenciais para determinar a espécie que deve ser escolhida para cada lugar.


Área gourmet mescla rusticidade e natureza na técnica de paisagismo residencial (Projeto: Jean Carlos Bonissoni)

Seleção


Selecionar corretamente os componentes do paisagismo residencial é uma forma de garantir o sucesso da técnica. É fundamental conhecer as características das espécies, o crescimento e as necessidades de luz, entre outros detalhes.

Além disso, é preciso pensar em vasos como elementos artísticos no plantscaping, uma vez que auxiliam a compor o ambiente. Eles devem combinar com a composição dos móveis, filosofia do espaço e os objetivos do cliente.


Plantscaping compondo ambiente com Magma Rock (Foto: Portobello S.A.)

Instalação


A etapa de preparação para instalação das plantas no ambiente é a última — e, em alguns projetos, pode ser a mais demorada. As espécies devem ser colocadas em locais específicos que sejam propícios para seu desenvolvimento e crescimento saudável, de modo que proporcionem bem-estar e qualidade de vida.

Vantagens do plantscaping



Plantscaping auxilia na extração da umidade nos espaços (Projeto: Elcio Bianchini)

São inúmeras as vantagens de envolver elementos naturais no interior residencial com o plantscaping. Espécies vivas são uma excelente opção para diminuir o calor e extrair umidade dos espaços, além de melhorar a qualidade do ar e acústica.

O plantscaping também contribui para a distribuição e organização dos cômodos, melhora o bem-estar e a qualidade de vida e estimula a produtividade e criatividade. A prática ainda permite o desenvolvimento consciente e a empatia de crianças, que passam a valorizar e cuidar de elementos da natureza.

É importante lembrar que o plantscaping não se trata só da compra de vasos de flores, mas sim do complemento e aprimoramento do espaço com elementos da natureza, por meio de planejamento arquitetônico que gere conforto.


Cestos, treliças, cachepots compõem ambiente planejado com plantas (Projeto: Timenetsky Sallum)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Décor em tons de rosa

Cor traz calma e serenidade a um apartamento jovem e descolado



Este apartamento de 60 m², em Curitiba, ficou por muitos anos alugado até que a proprietária, uma fonoaudióloga de 34 anos e solteira, decidiu tê-lo como moradia.
Para revitalizar o imóvel e deixa-lo à sua feição, a jovem procurou a arquiteta Larissa Lóh, a quem fez alguns pedidos inegociáveis: a área social deveria ter móveis brancos com detalhes em rosa, entre eles o sofá; o piso de madeira teria de ser preservado; e, para uma obra mais rápida, não se faria forro de gesso para embutir a iluminação.
Nada que contrariasse o senso estético da arquiteta, que de cara também gostou do revestimento do piso e concordou com a escolha pelas nuances de rosa. “Além de estar super em alta, é uma cor muito versátil, que harmoniza e brinca com outros tons e texturas, sugerindo calma e serenidade”, observa Larissa.
Com a paleta de cores definida, era hora de partir para os detalhes. Logo na entrada do apê, o revestimento em 3D do hall traz um aspecto atual revelado no formato quadriculado do porcelanato, que se repete no tapete em couro da sala.
Atendendo ao desejo da moradora, o sofá em rosa quartzo, assim como os nichos da marcenaria e as cadeiras em veludo do jantar, cria uma atmosfera de glamour, trazendo delicadeza e bem-estar para a área de convivência.
Na iluminação, a opção foi por trilhos no teto e luz indireta no mobiliário sob medida, acelerando a reforma e obtendo pontos de luminosidade para um cenário mais aconchegante. O pendente em dourado, sobre a mesa de jantar, é o grande destaque da sala.
Para a cozinha, Larissa preferiu trabalhar com cores neutras, como o branco e o fendi. O revestimento instalado em paginação espinha de peixe repete o desenho do taco de madeira da sala, criando harmonia com o restante do apartamento.
O quarto ganhou armários com espelhos para trazer amplitude e um cantinho de estudos que conta com bancada em vidro e gaveta para guardar jóias. O rosa da área social foi trazido para o dormitório através dos objetos de decoração, como a manta de tricot e o quadro, que tem o dourado e o rosa numa versão mais marcante, tendendo para o ultra violet.
Prático e funcional, o banheiro recebe paleta de cores claras, com revestimento marmorizado polido nas paredes. Tudo projetado para deixar ainda mais em evidência o apuro nos detalhes e o mood feminino.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Dúvidas na hora de pintar as paredes, confira 5 dicas

Quais são os tipos de tinta mais indicados para cada ambiente da casa?
Os ambientes mais secos, como salas e quartos, podem ser pintados com a tinta Látex PVA, que é lavável e tem três tipos de acabamento para escolha: fosca, semibrilho e acetinada. Na varanda e nas áreas externas em geral, dê preferência ao uso das tintas mais resistentes ao calor do sol e à chuva, que evitam a criação de mofo. A tinta Cal é uma boa opção para quem quer esconder as imperfeições da parede. Outra opção é a tinta com Textura, como o grafiato, que é mais resistente e protege contra infiltrações, além de oferecer várias possibilidades de ranhuras. Já a tinta Acrílica é uma das mais utilizadas e pode ser aplicada em ambientes internos e externos, com muitas opções de acabamento e a vantagem de ser impermeável. Para ambientes como banheiro, lavanderia e áreas molhadas, a tinta acrílica, resistente à umidade e mofo, é sempre a mais indicada.

Quando usar as tintas esmalte e epóxi?
A tinta Esmalte, com base de óleo, é perfeita para aplicação em madeira, como portas e rodapés, em metais e mobiliários. Tradicionalmente, é uma tinta mais resistente, com secagem demorada. Hoje existe no mercado também a tinta esmalte à base d’água, mas o acabamento não é tão liso e é menos resistente que a esmalte a óleo. Já a tinta Epóxi é produzida em resina plástica e oferece alta resistência ao atrito, sendo indicada para locais como garagens, hospitais e quadras esportivas. Em projetos de interiores e exteriores, é uma alternativa para quem quer restaurar um ambiente e tem pouca verba: ao invés de trocar um piso ou azulejo, pode-se apenas pintar da cor desejada e obter um ar diferente para o piso ou parede.

Onde os acabamentos fosco, brilho e textura são bem-vindos?
A tinta fosca é ideal para ambientes internos e mais discretos. Ela é perfeita para paredes com muitas imperfeições, pois ajuda a esconder os defeitos. Ao contrário da fosca, a tinta brilho realça as paredes – e também as imperfeições. Ela dispensa acabamento, com a vantagem ainda de facilitar o dia a dia de limpeza e a prevenção da umidade. A textura é um acabamento mais específico. Para isso, existe uma cartela enorme de desenhos para a aplicação desse tipo de tinta. Ela é de alta durabilidade e protege a alvenaria da umidade, sendo muito usada em áreas externas.

Cores escuras ou intensas exigem mais cuidado?
Sim, certamente. Se optar por uma tinta com um tom mais forte, como o vermelho, prefira uma tinta fosca. O acabamento brilho vai deixar a pintura ainda mais evidente e destacar qualquer pequeno defeito.

Para quem quer fugir dos tons clarinhos e pastel, qual a recomendação?
Nossa sugestão é brincar com a cor em uma ou duas paredes, não no ambiente todo. As cores escuras podem ser usadas em diversos espaços, deixando-os mais intimistas, como na sala de TV, nos quartos e até no banheiro. Uma forma de usar o tom escuro é destacar uma parede que tem algum quadro ou peça de design. A parede do home office na sala de estar, por exemplo, pode ser pintada de cor diferente, sobressaindo que aquele espaço foi reservado para ser o escritório da casa. Mas, se decidir pintar várias paredes de um mesmo ambiente com um tom escuro, a orientação é ficar atento com a iluminação, para não deixar o ambiente muito “dark”.