Se você já contratou, vai contratar ou está contratando lojas de móveis planejados, provavelmente já ouviu falar em MDP e MDF. Muita gente tem um certo preconceito quanto ao uso de MDP, pois considera qualidade inferior ao MDF. Será que isso é verdade? Qual a diferença? Qual é melhor? Qual devemos escolher? É fácil fazer confusão na hora de escolher, afinal, os painéis de MDF e MDP são muito parecidos, inclusive nos processos de fabricação e, por isso, podem gerar alguma dúvida.



Ambas as placas são produzidas a partir das madeiras pinus e eucalipto. São obtidas através da prensagem e da extração de fibras das madeiras. A diferença entre MDF e MDP se encontra, basicamente, na densidade das partículas. Um é feito de partículas de madeira aglutinadas em duas camadas finas e uma grossa (MDP) e o outro de fibras de madeira que, em placas, são coladas umas sobre as outras (MDF). Outra principal diferença entre o MDF e o MDP é a limitação de uso, enquanto o MDF apresenta maleabilidade, permitindo a formação de curvas, por exemplo, o MDP tem limitações que favorecem o uso desse material em artigos de linha reta, como portas, prateleiras, gavetas e demais peças retas. No processo de fabricação, ambos são prensados em alta temperatura, em torno de 200°C, fazendo com que todos os tipos de insetos sejam exterminados, inclusive o cupim.

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foto: BKDP

Os painéis MDF (“Medium Density Fiberboard” – “Chapa de Fibra de Madeira de Média Densidade”) são extremamente resistentes, com superfície menos porosa, o que permite melhores acabamentos para pinturas, criando maiores possibilidades no design dos ambientes. São ideais para mobiliário, molduras e revestimentos. No entanto, são, em média, mais caros do que o MDP.

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O MDF é praticamente equivalente à madeira nas possibilidades de se trabalhar a matéria-prima. Os painéis possuem superfícies perfeitamente homogêneas e sem orientação das fibras, o que permite cortes em qualquer sentido.

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Já os painéis MDP (“Medium Density Particleboard” – “Painel de Partículas de Média Densidade”) são amplamente utilizados na fabricação de mobiliário, tanto residenciais quanto comerciais. São utilizados na confecção de portas, gavetas e prateleiras dos móveis. Não são tão densas quanto as placas de MDF e possuem certa resistência a arrancamento de parafusos e inchamento. Portanto, a grande vantagem do MDP é a resistência quanto à montagem/desmontagem.

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Outra diferença entre os dois materiais, que vale ser mencionada, é que o MDP apresenta alta absorção de tintas no acabamento final e o MDF não. dessa maneira, dependendo da finalidade e do tipo de acabamento, vale escolher o MDP ao invés do MDF. Contudo, as placas de MDF se tornam mais vantajosas quando estamos falando em laca, uma vez que elas são mais homogêneas e sem irregularidades na superfície. Essa característica também influencia na relação custo-benefício das placas. Para uso em parte externa, madeira com menos poros têm menos absorção e, consequentemente, menos custos com tintas. Para uso interno, em contra partida, o MDP é o mais rentável, pois permite ótima colagem e o custo do material é bem menor.

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Vale lembrar que ambos são resistentes à umidade, mas não são à prova d’água. Contudo, podem ser utilizados em móveis e decorações para cozinhas e banheiros, desde que revestidos adequadamente em toda sua superfície e bordas. A combinação dos dois materiais pode baratear o seu móvel sem abrir mão de qualidade ou estética.

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Os dois materiais tem suas peculiaridades e são excelentes, desde que sejam utilizadas corretamente. Para partes externas, em que normalmente os projetistas priorizam o design do móvel com curvas e cantos arredondados, o MDF é ideal. Contudo, para uso interno, a escolha mais adequada pode ser o MDP, já que este permite a desmontagem sem prejudicar a qualidade do móvel, possui ótima colagem e ainda é mais rentável.